Junta de Freguesia de São Vicente da Raia Junta de Freguesia de São Vicente da Raia

História

São Vicente da Raia é uma freguesia portuguesa do concelho de Chaves, distrito de Vila Real com 31,26 km² de área e 227 habitantes (2011). A sua densidade populacional é 7,3 hab/km².

O seu território confina a norte com Espanha, a nascente com o concelho de Vinhais, distrito de Bragança, a sul com as freguesias de S. Fins e Cimo de Vila da Castanheira e a poente com a freguesia de Travancas e Roriz tendo como delimitações naturais, os rios Mousse e Mente. Integrou o concelho de Monforte de Rio Livre, até à sua extinção em 31 de Dezembro de 1853; nessa data, passou para o concelho de Valpaços e, em 24 de Outubro de 1855, foi anexa ao concelho de Chaves. É uma freguesia rural, a cerca de 30 km da sede do concelho, composta por quatro pequenas aldeias - Aveleda Orjais, São Vicente, e Sejirei - com uma população residente, maioritariamente idosa. A freguesia integra a Rede Natura 2000 e tem uma área florestal que cobre cerca de 80% do seu território, onde se inclui uma importante mancha florestal de pinheiro bravo, maioritariamente em terrenos baldios, geridos em regime de co-gestão entre os Conselhos Directivos de Baldios e o Estado. O seu orago é a Nossa Senhora da Natividade e foi curato anual da apresentação do reitor da Castanheira.

Fotos de Fernando Ribeiro - chaves.blogs.sapo.pt

   




AVELEDA

Cercada por montes e abrigada dos ventos, situa-se Aveleda, a mais pequena das quatro aldeias da freguesia, envolta por uma pequena mas muito fértil veiga, por onde o ribeiro de Vale de Madeiro corre serpenteando pelas suas humosas terras, à procura do seu irmão maior, o rio Mente.

Localizada a uma altitude de 500 metros, tem um clima bastante suave, muito propício a culturas mais delicadas. Está distanciada 32 quilómetros da sede do concelho. Teve esta povoação um grande isolamento por deficiência de comunicações até finais da década de 1970. Em 1983, foi construída a ponte sobre o rio Mente, ligando assim os concelhos de Chaves e Vinhais, pelas terras da Lomba, estrada que passa ao lado desta povoação. Embora não se saiba ao certo qual a origem do nome, diz-se porém, que a palavra "Aveleda" deriva do nome "Veleda" que por sua vez vem do Celta "Veletta" que significava vidente. Outros autores defendem que esta povoação deve o seu nome a uma planta natural que por aqui prolifera, devido às boas condições que tem - a avelaneira, que produz as apreciadas avelãs, um fruto de sequeiro".


As casas de habitação, à semelhança das demais aldeias da região, formam um casario compacto com paredes comuns, cujos materiais dominantes são a pedra xistosa e a madeira usando para cobertura a telha de barro. As casas de rês-do-chão e 1º andar albergavam pessoas e animais. Na parte inferior, designadas por "lojes" pernoitavam os animais domésticos (bois, vacas, ovelhas, cabras e suinos e outros) e o 1º andar era destinada às pessoas. Esta co-habitação servia ambas as partes principalmente nas noites frias de inverno em que o calor proveniente das lareiras se propagava a todos os habitáculos da casa, por outro lado o calor proveniente dos animais tornava menos frias as habitações. A partir da década de 1970, acompanhando a evolução económica e social do país, a aldeia vai progressivamente sofrendo transformações, passando o rés-do-chão das habitações a servir para arrumos, verificando-se uma separação quase total entre pessoas e animais. Actualmente todas as casas da aldeia têm condições mínimas de conforto e higiene dispondo de casa de banho, cozinha, sala de jantar e quartos. Aveleda teve Escola Primária Elementar desde finais da década de 50 do século passado até ao ano de 2002. S. Tomé é o seu padroeiro e tem a sua festividade em 21 de Dezembro. Para a prática dos serviços religiosos têm uma pequena capela, com o respectivo campanário de estilo galaico-transmontano. Próximo da capela estão umas bonitas e singulares "alminhas" que despertam a atenção e o respeito de todos quantos por ali passam.

    


ORJAIS

Orjais pertence à freguesia de S.Vicente da Raia, fica a 30 quilómetros de Chaves, ou seja, é uma das aldeias mais distantes da sede do concelho e só ultrapassada em distância pelas vizinhas Aveleda e Segirei.

Orjais à semelhança das restantes aldeias da freguesia, é constituída por dois aglomerados habitacionais com características bem distintas; a aldeia de cima, cuja entrada se faz por uma estrada estreita e asfaltada, plana e sem curvas em que a primeira construção é da capela nova do Senhor dos Milagres, toda ela pintada de branco, logo seguida por uma boa dezena de casas de habitação, todas elas de construção recente, produto do investimentos daqueles que um dia migraram e o amor à terra os fez regressar às origens. A aldeia de baixo, a antiga, composta por um casario compacto de xisto, a pedra abundante nas redondezas, forma o núcleo antigo da aldeia de Orjais, onde já poucas pessoas moram com excepção de uma mão cheia de verdadeiros heróis resistentes. Com uma população residente que não ultrapassa a meia centena, no mês de Agosto com a vinda de férias dos emigrantes e filhos de ex-emigrantes alteram a pacatez da aldeia e enchem as ruas de gente. Todos juntos mobilizam-se para a realização de duas festividades anuais: - O Senhor dos Milagres que tem lugar no primeiro domingo de Agosto e a festa em honra de Santa Luzia, a padroeira desta terra que se realiza no dia 13 de Dezembro cuja capela bem cuidada encima a aldeia antiga.


Fotos de Fernando Ribeiro - chaves.blogs.sapo.pt


     


SÃO VICENTE

São Vicente é a aldeia mais populosa da freguesia, dista a cerca de 25 km de Chaves e é a sede da Freguesia.

A aldeia apresenta um aspecto pitoresco, agreste, serrano e simpático, cujo aglomerado habitacional se divide, grosso modo, em três bairros: - o bairro da igreja; o bairro do conselho e o bairro do outeiro. São Vicente é a sede de freguesia e também a que mantém uma vida socioeconómica mais activa com a existência de dois cafés, tendo um deles também serviços de restaurante e o outro serviço de mercearia tão útil para quem mora longe das grandes superfícies comerciais. Contudo, a base da economia local são a agricultura, sobretudo através da produção de castanha e a pecuária, com várias explorações de produção de carne bovina, ovina, caprina e suína. No âmbito da economia social, o principal empregador desta aldeia e também da freguesia é o Centro Social de São Vicente da Raia que dispõe de um lar de idosos e serviço de apoio domiciliário aos utentes. Ao nível do património edificado, destaca-se a igreja paroquial, a capela de Nossa Senhora do Rosário e uma fonte antiga, construídas em granito, cujas datas de construção são por agora desconhecidas. No dia 8 de Setembro celebra-se o dia de Nossa Senhora da Natividade, padroeira da aldeia, cujas festividades são sempre antecipadas para o segundo domingo de Agosto para atender às pretensões dos emigrantes que em tempo de férias não querem perder a festa, em que se honra também o Senhor dos Bons Caminhos.

Fotos de Fernando Ribeiro - chaves.blogs.sapo.pt


  



SEGIREI

Segirei fica a 35 quilómetros de Chaves e pertence à freguesia de São Vicente da Raia.
A aldeia encontra-se a numa encosta da Serra da Trave a cerca de 600 metros de altitude, com uma pequena mas fértil veiga que se desenvolve ao longo do Ribeiro da Cidadelha que desagua no Rio Mente. O Topónimo dizem ser proveniente de um apelido de família espanhola. Do património faz parte a capela cujo padroeiro é São Gonçalo de Amarante, um forno comunitário, um moinho e uma fonte de mergulho. O dia da festa é celebrado a 20 de agosto. Tem uma Praia Fluvial, banhada pelas águas do Rio Mente e uma nascente de águas termais, as Águas Minerais de Segirei. Com vistas para a Galiza, foi uma aldeia de contrabando, guardas-fiscais e contrabandistas. Aqui funcionou um antigo posto da Guarda Fiscal. Segirei confina com o Castelo de Cidadelha e dizem ainda que nas cercanias da aldeia têm sido encontrados vestígios romanos levando-nos a crer que o povoamento de Segirei remontará a esses tempos, como exemplo existe uma Lápide sepulcral em xisto amarelado, encontrada durante os trabalhos executados perto do poço da aldeia, designada de Estela Funerária de Senecianus, ante 1943 e que está em exposição no Museu da Região Flaviense em Chaves.

Há uma lenda que diz que as ruínas do tal castelo são habitadas por uma moura encantada que guarda grande tesouros. Na manhã de S.João costuma tecer num tear de ouro e estender às orvalhadas ricas barrelas de linhas. Em Segirei ouvem-se cantar três galos, o de Chaves, o galego e o de Vinhais, uma vez que Segirei pertence ao concelho de Chaves/distrito de Vila Real e faz fronteira com a Galiza-Espanha e concelho de Vinhais/distrito de Bragança.

Especial colaboração de Tânia Oliveira

Fotos de Fernando Ribeiro - chaves.blogs.sapo.pt e de Tânia Oliveira

   

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